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O ciclo silencioso da frustração
A parte de viver da tattoo que ninguém te conta

Tatuadores e Tatuadoras do meu Brasil, bem-vindos ao POV by HAMMERWORKS 🔥
Pra quem tatua pra viver, não só pra postar: seu manifesto semanal do que não te ensinam em workshop.
Hoje vou falar de um tema que quase ninguém fala, mas que pesa no corre de muita gente.
A saúde mental do tatuador(a).
Frustração, ansiedade, cansaço.
Coisas que todo tatuador sente, mas quase ninguém fala…
Ela se infiltra nos nossos dias quando o trampo não sai como imaginamos, quando a agenda não tá legal, quando o cliente não responde, quando nada flui.
A gente chama de “frustração”.
Mas a real é que o que pulsa por trás dela é muito mais do que um simples incômodo.
É o choque entre o desejo e a realidade.
Entre o controle que a gente acha que tem… e a vida, que mostra como as coisas realmente são…
Nos meus próprios processos criativos, profissionais, emocionais — tenho sentido essa frustração como uma presença quase íntima. Às vezes ela chega como raiva. Outras, como impaciência. Outras, como aquela voz que te pergunta:
“Será que isso tudo faz sentido mesmo?”
E percebo, com um misto de desconforto e gratidão, que ela é só um espelho feroz.
Ela aponta onde ainda tô tentando controlar o incontrolável.
Onde tô preso num roteiro que não existe. Onde tô querendo garantias que a vida nunca prometeu.
Porque é exatamente ali — onde dói, onde trava, que mora uma chave.
Uma chave pra soltar.
Pra aceitar.
Pra atravessar.
A frustração escancara o quanto ainda estamos correndo atrás de promessas vazias:
De ser aceito.
De ser validado.
De bombar nas redes.
De ser o melhor, o mais visto, o mais lembrado.
E é nesse descompasso — entre o que o ego quer e o que a vida oferece — que a frustração se instala.
Li esses dias uma frase que bateu forte:
“O sofrimento surge da perseguição incessante pelo prazer.”
Quanto mais corremos atrás da ideia de que tudo tem que dar certo, de que tudo tem que fluir, mais a frustração se instala.
Ela te olha na cara e pergunta:
“Era isso que você queria de verdade?”
“Ou você tava só buscando o símbolo do que acha que é sucesso?”
A má notícia: não vai ser como você planejou.
A boa: quando você aceita isso, um portal se abre.
Aceitar não é se render ao fracasso. É se render à realidade.
É atravessar a frustração com lucidez.
É entender que ela não veio pra te punir.
Ela veio pra queimar o ego, o apego e a ilusão.
A frustração purifica.
Ela dissolve o que não te serve mais.
Ela interrompe ciclos que você nem percebia que tava repetindo.
Ela desmonta expectativas que nem eram suas — só te ensinaram a carregar.
E não, isso não é romantizar dor.
É sobre não fugir dela.
Porque se você foge da sua própria sombra, você foge de você.
Aprender a sustentar o desconforto não é punição.
É liberdade.
É amar o que é — mesmo quando não é o que você queria.
É respeitar o ritmo da vida — mesmo quando ele não combina com sua agenda.
Toda frustração é uma encruzilhada.
Você escolhe:
- Ressentimento, cobrança, culpa.
ou
- Presença, escuta, honestidade.
Talvez o maior presente da frustração seja esse:
Ela te devolve pra verdade.
Às vezes pela dor.
Quase sempre pela queda.
Mas sempre com a chance de um recomeço mais inteiro, mais simples, mais real.
💬 PAPO RETO
Mantenha-se positivo, busque apoio e esteja aberto a novas ideias. A troca de experiências com outros tatuadores pode trazer insights valiosos e fortalecer a união da classe. Acredito que a paixão pela tattoo e a dedicação ao ofício são os maiores combustíveis para superar os desafios. O momento exige adaptação, mas não desespero. Ao focar em você e na gestão do seu negócio, você não apenas superará a crise, mas também sairá dela mais forte.
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Nos vemos na próxima semana 😎
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