Tatuadores e Tatuadoras do meu Brasil, bem-vindos ao POV by HAMMERWORKS 🔥

Hoje a ideia é simples, mas poderosa: sozinho você até consegue, mas junto você vai mais longe.

A tattoo nunca foi só tinta e pele. Ela sempre nasceu do encontro, seja nos portos antigos, nos rolês de rua, nas rodas de conversa ou dentro dos estúdios.

E é essa energia que os coletivos resgatam: espaços onde a tatuagem se mistura com, desenho, muita troca, música, bebida e comida. Lugares onde cada um traz o que tem e volta com mais do que chegou.

No sul, em Porto Alegre, já tem gente mostrando como isso funciona na prática: o Coletivo de Arte RS, que transformou as quartas-feiras em uma noite sagrada entre alguns tatuadores.

Como coletivos fortalecem tatuadores: Aprendendo com o Coletivo de Arte RS

A tatuagem transcende barreiras e se manifesta como uma expressão cultural que pulsa nas ruas, nas rodas de conversa e nos encontros artísticos. O Coletivo de Arte RS, em Porto Alegre, exemplifica perfeitamente como a união de tatuadores pode transformar a cena da tatuagem em um movimento mais significativo para os tatuadores.

A força dos coletivos na cena da tatuagem brasileira

Aproximadamente 30% da população brasileira possui pelo menos uma tatuagem, colocando o Brasil entre os dez países mais tatuados do mundo. Esses números revelam não apenas o crescimento econômico do nosso setor, mas também sua profunda penetração cultural na sociedade.

Nesse contexto de expansão, o Coletivo de Arte RS se destaca como um projeto entre amigos que busca "resgatar a tradição e a magia artística entre a tatuagem e as diversas artes como pintar, esculpir e desenhar". O coletivo organiza encontros que ultrapassam o ato de tatuar, promovendo oficinas, rodas de conversa sobre técnicas, sessões de desenho, pintura e intervenções urbanas como exposições em eventos.

O papel fundamental desses movimentos

Leandro Fleck, vulgo "Bola" representa uma figura central no movimento da tatuagem gaúcha. Como "lenda viva" e "monstro como tatuador e artista", Bola atua como guardião da tradição e facilitador da troca de conhecimentos entre gerações. Desde a idealização e sua participação ativa no Coletivo de Arte, ele criou uma ponte essencial entre o passado e o presente da tatuagem no Rio Grande do Sul.

A presença de mestres como Bola em eventos, oferece aos novos tatuadores acesso direto à história e às técnicas tradicionais da arte. Essa transmissão de conhecimento fortalece toda a comunidade.

O coletivo como ecossistema cultural transformador

Nossos encontros aqui no RS lembram aquele rolê típico de família: tem comida de respeito servida pelo tatuador e MasterChef Edu Tattoo, papo furado e muita risada.

Enquanto alguns desenham, outros pintam, outros trocam ideia sobre técnica. Tem gente mostrando referência nova, testando material, compartilhando história. Não existe pauta engessada: a energia do grupo é essa.

Os encontros acontecem 2x por mês, nas quartas-feiras, sempre em um lugar diferente. Essa dinâmica deixa tudo mais vivo: cada semana é um lugar novo, um estúdio aberto, um tatuador diferente recebendo a turma. Isso permite que cada tatuador mostre seu espaço e, ao mesmo tempo, conheça a rotina dos colegas.

É nesse formato descontraído, aberto e em movimento que as conexões acontecem de verdade. O Coletivo não é só sobre produzir arte: é sobre criar laços, fortalecer a cena e mostrar que quando a tattoo se mistura com gente e cultura, ela ganha ainda mais vida.

O crescimento dos movimentos coletivos no Brasil

A tendência dessa formação de coletivos não se restringe ao Rio Grande do Sul. Iniciativas como a "Coletiva Tattoo Art" no Museu Tattoo Brasil, demonstram como esses movimentos estão se multiplicando por todo o país. Esses eventos celebram "o universo da tatuagem como expressão artística, social e histórica".

Inspiração para a criação de novos coletivos

O exemplo do Coletivo de Arte RS oferece um modelo replicável para tatuadores em todo o Brasil. A fórmula não exige grandes estruturas ou recursos iniciais, pode começar simplesmente com "um grupo de amigos tatuadores comprometidos em somar".

O impacto econômico e social dos coletivos

Além do aspecto cultural, os coletivos também contribuem significativamente para a economia local, a organização desses encontros pode potencializar esses números ao criar sinergias entre profissionais e aumentar a visibilidade da cena local.

Os coletivos também desempenham um papel importante na profissionalização do setor. Com a crescente busca por cursos especializados e a necessidade de elevar os padrões técnicos e sanitários, esses movimentos oferecem espaços naturais para a troca de conhecimentos e o aprimoramento profissional contínuo.

O futuro da tatuagem no Brasil

Com mais de 150 mil estúdios ativos no país, imaginar uma rede nacional de coletivos de tatuagem representa pensar em um futuro mais sólido e integrado para a cena brasileira. Cada coletivo pode fortalecer sua região, criar cultura local, dar visibilidade aos artistas e construir um legado duradouro.

A lição do Coletivo de Arte RS é clara: quando tatuadores se unem para resgatar a magia da arte, a tatuagem transcende o âmbito comercial e se torna uma celebração genuína. O estúdio pode afirmar a identidade individual do artista, mas é o coletivo que multiplica essa identidade em comunidade, criando redes de apoio, aprendizado e crescimento mútuo.

A tatuagem não é apenas trabalho - é cultura, memória e encontro. O exemplo gaúcho mostra que onde existe rede, existe futuro, e a cena da tatuagem brasileira só cresce verdadeiramente quando unida.

Conclusão: onde existe rede, existe apoio.

O Coletivo de Arte RS mostra que a tatuagem é mais do que técnica. É cultura viva, memória e encontro.

E quando tatuadores se unem para resgatar a magia da arte, a tatuagem transcende o âmbito comercial.

O futuro da tattoo no Brasil será escrito por quem tiver coragem de costurar redes, abrir caminhos e criar movimentos.

Peter Klegues.

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Nos vemos na próxima semana 😎
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